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ODORI

SENJUKAI

SENJUKAI

A academia de dança Tamagusuku-ryu Senju-kai foi fundada pelas irmãs Yoshiko Tanita e Mieko Kinjo. A escola é composta por quatro Kaishu, posição logo abaixo da Iemoto (diretora), sete Shihan, mestres(as), cerca de quarenta Kyoushi, instrutores(as), e estudantes em academias localizadas em diversas partes do mundo como Havaí, Los Angeles, Brasil, Nagoya e Osaka. As fundadoras da escola iniciaram a prática da dança típica de Okinawa em 1945, quando de sua evacuação para Taiwan, durante a Segunda Guerra Mundial. Após retornarem a Okinawa, Tanita e Kinjo começaram seus treinos formais sob a tutela do professor Seigi Tamagusuku, em 1950. O dojo, local de prática, de ambas foi estabelecido em 1961, na cidade Naha, Okinawa. A Senju-kai foi fundada em 1976.

 

As diretoras do Senju-kai participaram, ainda, de inúmeros concertos em outras localidades tais como Europa e em países do sudeste asiático.

 

Tanita e Kinjo receberam inúmeros prêmios e reconhecimento por seus esforços a fim de perpetuar e promover as artes tradicionais da província de Okinawa. Em 1993, ambas receberam o Prêmio de Artes Cênicas do Departamento Nacional de Cultura. Em 1998, foram agraciadas com o Special Judge’s Award no Festival de Artes Cênicas de Nagoya. Foram, também, designadas pelo governo de Okinawa como patrimônios culturais intangíveis no campo das artes.

 

No Brasil, as diretoras da Tamagusuku-ryu Senju-kai estão representadas pelo professor Satoru Saito que, em 2006, recebeu o diploma para lecionar as danças típicas da província japonesa. Saito, em 2007, realizou o Osaraikai, cujo tema foi "Shima Umuthi Ashiba" - Sonhando com Okinawa: A Magia da

 

Dança e do seu Povo" e o espetáculo Kizuna – “Corações Unidos pela Dança”, em 2009.

Com a finalidade de divulgar a cultura de Okinawa a um público cada vez mais abrangente e de diversas faixas etárias, o professor Saito, procura lecionar não apenas danças clássicas e tradicionais, mas também coreografias com temáticas contemporâneas.

 

Não há limite de idade, muito menos restrição quanto à classe social ou etnia/ascendência para praticar o Ryukyu Buyo, desde que haja interesse, dedicação e amor pela cultura de Okinawa.

RYUKYU BUYOU

SENJUKAI

O arquipélago de Okinawa foi um reino independente até a Restauração Meiji, em 1868. Outrora denominado Reino de

 

Ryukyu, situado no oeste do Pacífico e ao sul das principais ilhas japonesas, foi um importante entreposto comercial para a região.

 

Houve épocas, inclusive, em que o reino foi submetido ao império chinês e ao domínio de Satsuma. Devido à sua posição estratégica e à influência estrangeira, uma rica e diferenciada cultura ali floresceu.

 

As danças surgiram para homenagear os deuses bem como os reis, além de serem formas de entretenimento às delegações diplomáticas chinesas que constantemente visitavam o reino de Ryukyu.

 

Com seus trajes vistosos, enfeites, expressões e movimentos corporais, a dança de Okinawa expressa a harmonia de um povo alegre e criativo.

 

O Ryukyu buyou divide-se em clássico e folclórico.As danças clássicas eram as apresentadas aos nobres, enquanto as folclóricas retratavam a vida cotidiana da população. As coreografias modernas, por sua vez, foram criadas no período do pós-guerra, incentivadas pela profusão de concursos e festivais artísticos patrocinados por periódicos locais (os jornais Ryukyu Shimpo e Okinawa Times).

 

A dança okinawana é considerada um Patrimônio Imemorial Cultural do Japão. Não é a toa que tal dança recebeu tal título, pois tem uma peculiaridade que carrega a história do povo de Okinawa.

 

DANÇAS CLÁSSICAS ( KOTEN BUYOU )

Feminina
(Koten onna odori)

Tem como temática principal, os sentimentos profundos da mulher, refletindo emoções, pureza e sentimentos típicos femininos.

Masculina
(Koten nisai odori)

Executada com vigor para demonstrar a força e agilidade dos jovens homens. Tem influência nas danças de outras ilhas do Japão.

 

Dança dos meninos jovens
(Wakashu Odori)

Essas danças eram executadas por jovens entre 14 e 15 anos, que trabalhavam no Reino de Ryukyu.

Dança Popular ( Zo Odori )

Esse gênero surgiu após a abolição do reino do Ryukyu, com o intuito da arte se tornar mais acessível e próxima do povo humilde de Okinawa.

Tem como temática principal o cotidiano dos pescadores, e de pessoas que trabalhavam na plantação. A dança é executada de forma mais despojada, sendo na maioria das vezes, utilizado o kimono de verão e pés descalços.

 

Dança dos idosos
(Roujin odori)

Danças executadas para trazer prosperidade.

Dança Folclórica (Minzoku geinou)

 

Nesse gênero, as danças não são necessariamente executadas com o caráter de espetáculo. Podem ter caráter de ritual, por exemplo.

 

Como dança folclórica pode-se citar o “Juri Umma”. Essa dança era executada pelas juris, num festival em que podiam encontrar seus pais, que no passado a haviam vendido.

 

Os versos da música são alegres e a dança é executada com bastante energia.

Dança Moderna (Sosaku Buyo)

Nesse gênero estão todas as danças coreografadas na atualidade.

 

Como os tempos são outros, e há uma gama maior de possibilidades para se inspirar, para se misturar, as novas coreografias recebem cores e toques diferentes de acordo com o gosto de cada criador/coreógrafo.

 

As danças, feitas até a presente data, são caracterizadas por terem movimentos fluidos, e por partirem da técnica original da dança tradicional de Okinawa, sem misturá-la com outras técnicas de dança.

RYUKYU KI KARAJI YUI

RYUKYU KI KARAJI YUI

Texto extraído de “Kikaraji no sekai” (Konami Norio)
“Tranças para os chineses, chonmage para os japoneses e katakashira para os okinawanos.”

 

1. Penteados tradicionais (do período dinástico ao início da Era Meiji)

1.1 Denomina-se “FÂYÛI” o penteado usado por crianças com menos de cinco anos de idade, meninos maiores usavam o “MÂYÛI” e jovens de família nobre usavam o “USHIRII”. Meninas usavam o mesmo penteado, diferenciando-se na forma de se colocar o “kanzashi”(enfeite).


1.2 Na idade adulta, meninos passam a usar o “KATAKASHIRA” na ocasião da festa de maioridade, realizada comumente ao se completar quinze anos, variando de família a família, podendo ocorrer também aos treze anos. No “KATAKASHIRA” prende-se o cabelo com um kanzashi auxiliar chamado “ushizashi” e outro principal chamado “kamizashi”.
 

1.3 Na fase adulta, meninas passam a usar o “KARAJI”, chamado a partir da Era Meiji de “UCHINAAKARAJI” para distinguir-se do penteado japonês.


1.4 Dentre os penteados femininos citam-se “ATÔMÊ KARAJI”, usado por mulheres de família nobre e ”AYÂMÊYÛI”, usado por mulheres de classe inferior. Mulheres do povo de Shuri usavam o “SHURI KARAJI” ou “SHURI YÛI”, mulheres da cidade em Naha usavam o “NAHA KARAJI” ou “NAHA YÛI”, mulheres do interior o “HYAKUSHÔ KARAJI” ou “INAKÂNGUÂ YÛI” e cortesãs usavam o “JURI KARAJI" ou “CHÎJIYÛI”.
 

2. Penteados de cada região

2.1 SHURI YUI (Suiyûi) Penteado usado por mulheres da nobreza. Caracteriza-se pelo “gô” amarrado no topo da cabeça. O “gou” é levantado perpendicularmente e o “hai”, posicionado verticalmente, representa o alto grau hierárquico a qual pertence a mulher. Desenhando-se uma curva, dá-se volume ao “ushiru”, desta forma levanta-se ao centro o cabelo das extremidades.


2.2 NAHA YUI Diferentemente do penteado de Shuri, preso ao topo da cabeça, em NAHA YÛI prende-se o cabelo na parte mais posterior ao topo. O “hai” direciona-se para os lados ao invés de estar levantado. O “ushiru” deve ser mais cheio no seu lado esquerdo. Coloca-se o “jîfã” (enfeite) em posição diagonal de forma que o “kô” se posicione à direita do centro.
 

2.3 INAKA ANGUAA YUUI Penteado em que “hai” e “ushiru” são modestos. É o penteado mais simples de todos os karaji. Na época, mulheres do interior costumavam carregar cestos e baldes sobre a cabeça. Ao carregá-los, puxavam o “gô” para trás e colocavam o jîfâ de madeira diagonalmente pela parte posterior à direita. Puxado para trás, o kanzashi servia de apoio e dava equilíbrio ao objeto carregado. É um importante dado histórico sobre a vida do povo de Okinawa.
 

3. Penteados variavam de acordo com idade, sexo e posição hierárquica

3.1 FÂYÛI (crianças até quatro anos de idade)
Caracteriza-se pelo “kashirê”, uma espécie de barbante usado como enfeite. O kashirê, usado para esconder o cabelo preso na raiz e amarrado em laço borboleta na parte de trás da cabeça, era usado nas cores vermelha, amarela e roxa, entre outras. A forma variava de nós dos mais simples aos mais sofisticados, podendo chegar a ter cachos nas famílias mais nobres.


3.2 MAAYUUI (meninos a partir de cinco anos de idade a adolescentes)
Semelhante ao penteado feminino, mas sem “kû”. Coloca-se o jîfâ pela parte frontal exatamente no ponto de encontro entre “kô” e “gô”, de forma que o topo saia na parte traseira mais baixa.


3.3 KATAKASHIRA (homens)
Penteado usado pelos rapazes de família nobre. Considerado elegante se de tamanho menor. Ao completar quinze anos de idade, os rapazes deixam de usar o “WAKASHUYÛI” (penteado jovem) e faz-se “nakazori”, raspando o meio da cabeça para diminuir o volume de cabelo, construindo assim, um KATAKASHIRA pequeno.
Por sua vez, o penteado dos rapazes do interior era maior, já que não faziam o nakazori.


3.4 KÊSHI YÛI (mulheres)
O penteado feminino era originalmente preso como KÊSHI YÛI. Este tipo de penteado era usado principalmente quando as mulheres não tinham quem as ajudasse a prender o cabelo, quando, por exemplo, estavam trabalhando e precisavam prendê-los de forma rápida.


3.5 CHÎJIYÛI
Penteado glamouroso usado pelas cortesãs. Distingue-se dos outros pelo posicionamento de ambos os “hai” e “ushiru”. O “hai” direito é baixo e caído para os lados, enquanto o “hai” esquerdo é mais alto e com volume horizontal, dando um toque especial ao penteado. O “ushiru” é tirado de uma só vez, o volume da parte posterior é o maior de todos os penteados femininos e inclinado para o lado esquerdo. Usado no palco em apresentações como “Hanafû”.

 

3.6 KAMURO
Penteado feminino em forma de leque, usado no Teatro Clássico e em danças tradicionais, em que se faz uso de flores como peônia e camélia, e enfeites como “basara” e “noshi”.

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